O potencial disruptivo do blockchain na área da saúde

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Segundo esta publicação do Innovation at Work, nos próximos sete anos, estima-se que a blockchain irá crescer cerca de 70% apenas para a área da saúde. Um dos principais benefícios que a tecnologia está proporcionando ao segmento está relacionado à maior proteção de dados médicos, que, nos últimos anos, tiveram um agravamento nas tentativas de ataques cibernéticos.  

Mas este não é o único uso do blockchain. A tecnologia ainda pode ser utilizada em muitas outras iniciativas, tendo o potencial de transformar a indústria da saúde.

No post a seguir, abordaremos um pouco mais sobre o que é blockchain e qual é o potencial disruptivo que a tecnologia pode levar à saúde. Continue a leitura!

O que é blockchain?

Quando lemos sobre blockchain, logo pensamos em criptomoedas, não é mesmo? É até difícil tentar ligar esta tecnologia ao cotidiano de hospitais, centros médicos e seguradoras. 

Mas a digitalização da indústria da saúde está caminhando a passos largos e a realidade virtual, inteligência artificial, IoT, blockchain e outras tecnologias têm sido fundamentais para contribuir com a transformação do setor. 

Mas, afinal, o que é blockchain?

Blockchain é um livro-razão que armazena transações digitais publicamente. Cada arquivo salvo neste livro-razão é criptografado e distribuído entre milhares de bancos de dados diferentes ao redor do mundo. Esta descentralização de dados é o que garante o anonimato dos titulares e a imutabilidade dos dados.

Para termos uma ideia, se um hacker invadisse um dos computadores e tivesse acesso a determinada informação, ele teria que acessar cada um dos milhares de outros computadores da cadeia para excluir as demais cópias originais, por exemplo. Além disso, o blockchain não permite alterações: só é possível incluir complementos aos arquivos salvos. Ou seja, se excluir qualquer dado já parecia improvável, alterá-los é impossível.  

Antes da saúde, muitos outros segmentos já vinham utilizando esta tecnologia em seus processos, como o de seguros, serviços financeiros e logística. Contudo, o blockchain começou a mostrar um grande potencial se utilizado na área da saúde. 

Segundo o estudo Global Blockchain in Healthcare Market, elaborado pela Frost e Sulivan, estima-se que o mercado global de blockchain na saúde atingirá um valor de mercado de US $ 5,61 bilhões até 2025. A mesma pesquisa ainda afirma que os investimentos na saúde vão economizar, de forma global, entre US $100 – $ 150 bilhões anuais até 2025.  

Entenda agora de que forma o blockchain é usado atualmente.

Blockchain na troca de dados médicos

Os sistemas de gestão para a área da saúde disponíveis atualmente, além de serem caros, muitas vezes não garantem a interoperabilidade necessária. O blockchain, além de oferecer a descentralização de dados, ainda garante a proteção e autenticação das informações. Além disso, a tecnologia também elimina a carga e o custo associados à reconciliação de dados, permitindo fácil acesso a informações de saúde em tempo real.  

Recentemente duas organizações estonianas, Estonian eHealth Foundation e Guardtime, se uniram para criar um aplicativo que está transformando as trocas de informação do país. A plataforma, que incorpora segurança de dados com base em blockchain, ainda oferece capacidade de auditoria e transparência em todos os níveis dos sistemas de governo eletrônico da Estônia.

Rastreabilidade de medicamentos e pesquisas clínicas

Empresas farmacêuticas perdem até US $ 200 bilhões todos os anos em medicamentos falsificados. A tecnologia blockchain, quando usada nos processos de logística da indústria farmacêutica, pode diminuir as barreiras de rastreamento da cadeia de suprimentos, pois cria um registro da cadeia de custódia. Além disso, a integração da blockchain à inteligência artificial permite a construção de uma prova de dados de propriedade de medicamentos. 

Como exemplo deste novo uso da blockchain, uma solução de fornecimento de medicamentos foi criada – o iSolve. Esta plataforma garante visibilidade e segurança em todos os níveis de desenvolvimento e fornecimento de medicamentos, permitindo que as empresas tenham uma visão melhor do estoque, da demanda de medicamentos e das necessidades dos pacientes. 

Em relação à indústria farmacêutica e clínica, a tecnologia blockchain ainda tem ajudado a reduzir a incidência de erros e fraudes em registros de pesquisas clínicas, criando registros imutáveis ​​de documentos e resultados. Além disso, usando um código único gerado pelo sistema blockchain, pode-se detectar quaisquer modificações executadas nas pesquisas clínicas, identificando um hash gerado automaticamente a cada modificação feita nos dados.

Blockchain no sistema de saúde brasileiro

Em maio de 2020, impulsionado pelos desafios trazidos pela pandemia do novo coronavírus, o governo brasileiro criou, junto com o Conecte SUS, a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). O objetivo deste projeto é promover a troca de dados médicos entre instituições médicas privadas e públicas com segurança e integração completa.

De acordo com o próprio site da RNDS, o propósito esperado com o uso da blockchain neste projeto é “tornar a rede segura e confiável, evitando fraudes. O sistema cria uma cadeia de blocos que registram todas as informações de todas as transações já feitas na rede. Essas informações ficam registradas e nenhuma operação pode ser desfeita ou apagada”.

Como resultado da primeira fase de uso da plataforma RNDS, já é possível compartilhar e acessar resultados de testes que detectam a COVID-19 feitos por cidadãos brasileiros de qualquer lugar do país. Além disso, cidadãos, profissionais de saúde e gestores podem acessar o Portal Conecte SUS, no qual as informações do RNDS estarão disponíveis como forma de melhorar a assistência em saúde e a continuidade dos cuidados médicos.   

Estes foram 3 exemplos de como tecnologias emergentes como o blockchain podem transformar a área da saúde e garantir mais qualidade de atendimento para os pacientes, com menos custos e desafios às instituições.

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