COVID-19 e os investimentos em startups

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A paralisação forçada das corporações como medida de proteção e combate à pandemia de Covid-19 causou um impacto econômico ainda sem previsão exato do tamanho, nem uma data para terminar. 

Esta realidade trouxe certa desvantagem para as startups, tão em voga no mundo dos negócios, que agora não contam com o mesmo volume de investimento dos grandes players deste mercado.

De acordo com estudo realizado pela CB Insights, que aborda o recuo nas atividades dos investidores cruzados, no primeiro trimestre de 2020 já houve um declínio global no volume de capital injetado em startups. 

No segmento de investimentos, o grupo de investidores cruzados inclui gestores de ativos/investimentos, fundos de cobertura, fundos de pensão, fundos mútuos, bancos de investimento, fundos soberanos e mais uma série de empresas que atuam em serviços financeiros.

Estes indivíduos que habitualmente investiam nos mercados públicos, há um tempo passaram a apostar em mercado privados, como as startups, devido a transformação digital e os novos horizontes abertos com ela. Hoje, os investidores cruzados são de extrema importância para a manutenção e desenvolvimento dessas organizações.

Neste conteúdo, iremos abordar sobre essa redução de investimentos nas startups causada pela epidemia de Covid-19. Boa leitura!

O que o estudo revela sobre os investimentos em startups antes e durante os impactos da pandemia?

Uma grande parcela das empresas apoiadas por capital de riscos chegou a um recorde histórico de participação dos investidores cruzados no segundo trimestre de 2019. Porém, atualmente, devido ao abalo econômico causado pelo surto de Covid-19, as startups já se deparam com redução significativa nos investimentos.

No mundo todo, houve uma queda de 16% da participação de investidores cruzados no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior. Quando comparadas com últimos 3 meses de 2019 (US$ 40 bi para US$ 28 bi), a redução chega a 25% nos investimentos. 

Além da redução nos investimentos por parte dos Investidores cruzados, o valor dos negócios com a participação direta deste grupo caiu em 30% quando comparadas com o último trimestre de 2019, quando foi registrado o recorde neste tipo de investimento. As ofertas de ações caíram de 737 para 522.

O impacto nos EUA e ÁSIA

Nos EUA, o recorde de financiamento capital em startups aconteceu no segundo trimestre de 2019, quando foram investidos US$ 13 bilhões. No primeiro trimestre de 2020, a queda aconteceu somente nas transações, 8% quando comparado com o número de ofertas nos 3 últimos meses do ano anterior (168 para 155). 

Em relação ao valor do financiamento de capital, o país conseguiu atingir o mesmo volume investido em seu período recorde. No entanto, várias investidoras sediadas nos EUA optaram por não investir em startups no primeiro trimestre de 2020. Um bom exemplo disso, é a Lone Pine Capital, que investiu US$ 550 no último semestre de 2019.

Por isso, empresas que eram apoiadas por fundos de cobertura, como Uber, TransferWise e Snap, não receberam o mesmo apoio durante os 3 primeiros meses de 2020. 

Já na Ásia, o continente registrou o maior número de investimentos no período entre outubro a dezembro de 2019, um total de US$ 14 bi em financiamento de capital e 275 ofertas de ações. 

Entretanto, no primeiro trimestre de 2020, o valor do financiamento de capital e das ofertas despencou para US$ 7 bi e 168 respectivamente. Dentre os grandes investidores asiáticos que não realizaram ofertas às startups neste mesmo período,  está o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita.

Anteriormente, entre terceiro e quarto trimestre de 2019, o fundo investiu em players super expressivos do mercado global, como Uber e a startup de delivery CloudKitchens, a Babylon Health (health tech unicórnio) e a Novomet, fabricante de equipamentos para extração de petróleo.

Os claros motivos para a queda e o futuro dos investimentos em startups 

Levando em consideração que investidores cruzados direcionam grande parte de seus investimentos em ativos com diferentes perfis de risco, assim, as startups representam apenas uma pequena parte de suas estratégias. 

Em momentos de crise como a pandemia do coronavírus, esses investidores tendem a concentrar suas ações em estratégias de menor do risco, ou seja, corporações que apostam de forma mais arriscada e disruptiva, como as startups, ficam fora do alvo de investidores cruzados.

Em relação ao futuro, é muito provável que os investidores cruzados se mantenham cuidadosos quantos aos investimentos de risco nos próximos meses de 2020, pois ainda é imprevisível o tempo de duração da pandemia e quanto dano ela ainda causará na economia global.

Atualmente, a única previsão certa, é que devido às dívidas, desempregos e uma série de outros abalos causado pelo surto de Covid-19, o cenário para os investimentos continuará arriscado e não mudará brevemente.

Isso porque é certo que os fundos de riqueza soberana, em especial os países produtores de petróleo já sofrem com os impactos da queda brusca no preço do produto. 

Desde o início da pandemia, o consumo de combustível e uma série de outros derivados do petróleo, reduziu intensamente após as medidas de controle da pandemia, principalmente ao distanciamento social ainda sem previsão de término.

Para continuar por dentro do universo das startups, tendências deste mercado e sobre a transformação digital, continue no blog!

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