Inteligência artificial será ponto focal do setor de seguros em 2030

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Os próximos anos prometem muitas novidades em termos de transformação digital. Basta ver como os movimentos do mercado estão acelerados nesse sentido. Para o setor de seguros, o impacto da inteligência artificial deve comandar diversas mudanças até 2030.

A consultoria Mckinsey produziu um material bem interessante sobre as possibilidades da IA no ecossistema de seguros na década que vai começar. O artigo se inicia com um cenário realisticamente possível, em que as seguradoras poderão interagir com as rotas dos motoristas.

Elas poderão indicar os melhores trajetos, determinando os valores de seus produtos de acordo com as escolhas dos usuários. Além disso, o exemplo aponta sistemas totalmente automatizados, nos quais os veículos terão ferramenta de diagnóstico interna para identificar o nível dos estragos de uma batida logo na sequência e instruir o motorista.

Nesse contexto, o seguro poderá ser liberado praticamente de forma instantânea. E isso não é difícil de acontecer até o final da década, já que temos tecnologias viáveis para isso, como chatbots com inteligência artificial.

Segundo a Mckinsey, o setor de seguros deve passar por uma virada de chave, trocando o modelo de detectar e reparar para a predição e prevenção. E são as tecnologias com IA terão papel fundamental nesse sentido, já que elas ajudam nas tomadas de decisão, redução de custos e melhoria da experiência do consumidor.

A seguir, separamos os principais insights do artigo da Mckinsey, mostrando tendências de inteligência artificial para o setor de seguros e seus impactos em toda essa transformação digital.

As quatro tendências que irão mudar o setor de seguros

Enquanto a inteligência artificial já está presente em muitos dispositivos do nosso cotidiano, isso pode ser muito favorável para o setor de seguros. Com isso, a Mckinsey apresenta quatro tendências de tecnologia para a década de 2020.

A primeira delas é a grande quantidade de dados a partir dos dispositivos conectáveis. O mercado desses produtos deve crescer, expandindo ainda mais as informações coletáveis. A partir dos dados, as seguradoras poderão calcular melhor os riscos de cada consumidor, personalizando seus serviços, preços e atendimento em tempo real.

A segunda tendência é o aumento da presença de equipamentos dotados de IA. A impressora 3D, por exemplo, será muito mais comum do que já é, podendo criar vários produtos para seguradoras.

Além disso, a sociedade terá um aumento no consumo de drones e carros autônomos, robôs cirúrgicos, equipamentos automatizados para agricultura e diversos outros produtos com IA. Tudo isso deve gerar uma nova análise dos riscos, mudando o comportamento e o relacionamento entre seguradoras e clientes.

Outra expectativa é a criação de novos protocolos de open source e de ecossistemas de dados. Muitas empresas de diferentes setores deverão se juntar para garantir o compartilhamento seguro das informações, seguindo as regulamentações preestabelecidas.

Por fim, teremos muitos avanços em relação a tecnologias cognitivas. As redes neurais e ferramentas de deep learning terão suas aplicações estendidas, indo além de textos, imagens e vídeos. Com isso, a inteligência artificial no setor de seguros terá o desafio de processar uma quantidade gigantesca de dados provenientes de novos produtos e do comportamento dos consumidores.

Como será o setor de seguros em 2030

Até 2030, as mudanças no setor de seguros terão forte impacto da inteligência artificial. Isso inclui desde a distribuição dos serviços até a precificação. A seguir, você confere um pouco dessa influência e as previsões para setores específicos da cadeia:

Distribuição

Será muito mais fácil adquirir produtos de seguro, com uma distribuição mais rápida e com menos envolvimento das partes no processo. Os algoritmos de IA serão capazes de identificar os comportamentos dos usuários e traçar perfis de risco automaticamente. Essa habilidade será responsável por diminuir o tempo da compra para questão de minutos ou até segundos.

Além disso, as políticas dos produtos serão emitidas instantaneamente de forma mais refinada. Isso porque os algoritmos responsáveis por essa tarefas terão amadurecido, além de surgirem produtos de seguros mais simplificados no mercado. Porém, o acesso a esses itens estará restrito somente ao público de maior poder aquisitivo.

Mas o que seriam esses produtos? Segundo a Mackinsey, haverá seguros para itens bem específicos, como a bateria de celular, vôos atrasados e até para serviços de lavanderia. Os consumidores poderão inclusive personalizá-los para as suas necessidades

Haverá também muitos produtos e ferramentas de emissão instantânea. O blockchain, por exemplo, permitirá que contratos inteligentes possam autorizar pagamentos. O processamento desses documentos provavelmente não existirá mais, ajudando a reduzir os custos de aquisição de cliente para as seguradoras.

Quanto ao atendimento, a quantidade de agentes de seguro será bem menor. Os profissionais serão capazes de vender praticamente todo tipo de seguro e ajudar seus clientes a administrar as contas. Tudo isso a partir de ferramentas de IA, que serão aliados na otimização das tarefas.

Precificação e subscrição

O processo de subscrição em 2030 será muito mais dinâmico, reduzido a poucos segundos. É a inteligência artificial que cuidará dessa etapa, a partir de dados fornecidos por interfaces programáveis, sistemas com APIs personalizadas e fornecedores externos.

As informações coletadas dos dispositivos já estarão todas em repositórios e canais on-line. Elas irão direcionar as tomadas de decisão nas seguradoras em relação à precificação, mostrando os perfis de riscos e as necessidades de cobertura.

Para isso, será necessário ter um plano regulador para determinar a rastreabilidade e a validação dos índices apontados. Isso ajuda a garantir que os resultados estejam dentro de limites aprovados.

Serviços compartilhados também poderão ter seus próprios modelos de seguros. Alguns exemplos de precificação que veremos no mercado são as cobranças por distância ou por corrida no setor automobilístico e as cobranças por estadias em imóveis.

Reclamações

O apoio às reivindicações será uma função primária nas seguradoras, mas os índices estarão muito menores, em uma porcentagem de até 90% em relação a 2018. As reclamações mais simples serão resolvidas por inteligência artificial, reduzindo muitos processos de dias para horas ou minutos.

As solicitações serão acionadas automaticamente, interagindo em tempo real com os segurados. Aqui, retomamos o exemplo que a Mckinsey utilizou no começo de seu artigo, sobre as ferramentas de diagnóstico dos veículos. Basta o envio de fotos ou vídeos do carro para a IA determinar o nível de perda em uma batida.

As empresas que cuidam de reclamações terão mais foco em monitoramento de riscos e prevenções, o que vai ajudar a reduzir os índices. Até as interações com as seguradoras estarão mais voltadas para esses fatores do que para reivindicações. Os clientes receberão alertas e dicas em tempo real a partir dos dispositivos conectáveis, que irão assessorá-los em suas ações.

Essas serão as principais características do moderno sistema de seguros em 2030. Assim como em outros setores — sistema financeiro, por exemplo — a inteligência artificial, portanto, vai se destacar em várias frentes, seja na precificação de produtos e serviços, na análise de riscos e criação de perfis ou mesmo na interação com usuários. 

Diante da maior velocidade nos processos, clientes e seguradoras terão seus benefícios nesse futuro contexto do setor.

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