O surgimento das fintechs, a construção do open banking e o uso do blockchain no mercado financeiro são apenas alguns dos avanços que ilustram a força da transformação digital neste setor.
Mas ainda que as instituições bancárias estejam investindo na digitalização do negócio, o fato é que ainda há muito para ser feito. Novas tecnologias disruptivas estão surgindo e as empresas precisam manter um ritmo acelerado para modernizar os processos, produtos e serviços e atender às demandas dos clientes.
Seguindo o ritmo da inovação, os pagamentos instantâneos prometem provocar mais uma revolução no mercado financeiro. No Brasil, o PIX, sistema de pagamentos instantâneos, deve ser implantado pelo Banco Central em novembro de 2020. Um projeto que irá mudar a maneira como as pessoas fazem as transações e as instituições processam.
Quer saber mais sobre o PIX? Continue lendo esse artigo!
Como funcionam os pagamentos instantâneos
Atualmente, no Brasil, depois de pagar um boleto, o cliente precisa aguardar um prazo de até 5 dias úteis para que ele conste como quitado no sistema. Isso porque a conciliação bancária ocorre somente em dias úteis e durante o horário comercial.
Contudo, esse cenário deve mudar tanto o mercado financeiro interno como também em outros países. Esse movimento de transformação no sistema de pagamentos já está acontecendo.
Na Austrália, a Nova Plataforma de Pagamentos (NPP) já permite o pagamento instantâneo de títulos. Nos Estados Unidos, o sistema de pagamentos em tempo real, o RTP (Real-Time Payments System), lançado em 2017, já está disponível para todas as instituições financeiras do país. A plataforma já é usada por fintechs e grandes bancos, que usam as funcionalidade da rede RTP para oferecer pagamentos instantâneos e outros serviços digitais para seus usuários.
Na prática, o processamento em tempo real garante mais velocidade às transações, com quitação em poucos segundos, sem qualquer custo, em 24/7/365.
A revolução nos pagamentos impacta nos processos das organizações. Isso porque permite reduzir custos com rastreamento e reconciliação de pagamentos, e fornece mais velocidade e eficiência às transações comerciais. Tudo isso contribui para a melhora do desempenho da corporação.
PIX: o que é e como funciona?
Lançado pelo Banco Central do Brasil em fevereiro, o PIX é o sistema que irá viabilizar transferências e pagamentos instantâneos em todo o país, 24 horas por dia, em todos os dias da semana.
Mas como o PIX irá funcionar?
Com o PIX, os clientes poderão fazer os pagamentos instantâneos usando o QR Code ou informações do usuário, como CPF, CNPJ, número de celular ou e-mail. Tais dados são denominados “chaves”. Elas serão indispensáveis para enviar e receber valores instantaneamente usando PIX.
Os bancos, instituições financeiras e fintechs devem oferecer acesso ao PIX em seus aplicativos de celular. Para o cliente concluir uma transação, ele poderá escolher entre a leitura do QR Code ou inserção de uma das “chaves”.
Além de constar como recurso nos aplicativos dos bancos, o PIX também ficará disponível em caixas eletrônicos e pelo internet banking.
O sistema de pagamentos instantâneos deve se consolidar como uma alternativa aos outros modelos de transações e pagamentos, como boleto, cartão, TED, DOC, e cheque.
O Banco Central estima que o PIX estará acessível para os clientes a partir de novembro.
PIX: regras, limites e segurança em foco
Embora o sistema ainda esteja sendo construído, algumas questões centrais relacionadas ao PIX já estão sendo debatidas.
O Fórum de Pagamentos Instantâneos estuda alguns aspectos e propõe medidas importantes como, por exemplo, estabelecer um valor máximo para cada transação, que pode ser ampliado de acordo com o amadurecimento do ecossistema.
Com essa iniciativa, o objetivo é “evitar fraudes de altos valores em período curto de tempo, devido à liquidez do produto”. O valor máximo por transação ainda não foi definido.
No escopo do PIX, a proposta é que os prestadores de serviços de pagamento (PSPs) se mantenham conectados ao sistema de pagamentos instantâneos (SPI). Neste formato, eles passam a ser responsáveis pela autenticidade das transações, tendo também autonomia para definir os limites a fim de evitar possíveis fraudes.
Além disso, outras duas iniciativas estão em estudo. Confira!
# Uso de uma base centralizada de segurança
A primeira é a indicação de uma base centralizada de segurança para cada prestador de serviços de pagamento (PSPs). Desse modo, eles terão uma plataforma para consultar informações e fazer uma análise de risco de fraude em tempo real.
# Criação de mais uma chave de endereçamento: a EVP
A outra recomendação diz respeito à criação de uma quarta chave de endereçamento para os usuários. Assim, além do número celular, do CPF e do email, os usuários do serviço brasileiro de pagamentos instantâneos, o PIX, poderão ter uma quarta chave: um endereço virtual de pagamento (EVP). Ele pode fornecer mais segurança nas transações realizadas na plataforma.
O EVP deve garantir a privacidade do usuário quando ele criar um QR Code estático. O código, gerado pelo Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT) para o PIX, será um número hexadecimal aleatório com 32 caracteres como, por exemplo: b6295ee1-f054-47d1-9e90-ee57b74f60d9.
Quais os impactos da chegada do PIX?
Com o PIX, o mercado bancário brasileiro deverá experimentar um novo momento. Certamente, a possibilidade de fazer pagamentos instantâneos irá simplificar e otimizar os processos dos bancos e fintechs, fortalecendo também o open banking.
Com os recursos do PIX, as instituições financeiras terão condições de oferecer serviços de alta qualidade para os usuários. Consequentemente, os clientes passam a ter acesso a uma ampla variedade de produtos e serviços digitais, que oferecem conveniência, praticidade e taxas menores.
Certamente, o PIX chega para impulsionar a transformação digital no setor bancário, viabilizando a entrada de novas instituições, aumentando a competitividade e facilitando a inclusão de novos clientes.
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