O blockchain será o fim dos processos manuais no setor de seguros?

Compartilhe:

Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp

Entre as várias tecnologias disruptivas que vêm ganhando destaque, o blockchain é uma delas. Atualmente, empresas de diferentes segmentos analisam o uso potencial da solução dentro do seu modus operandi

Além do setor financeiro, o ecossistema de seguros também pode explorar o blockchain. A tecnologia pode ser aplicada, principalmente, na automação de processos, simplificando e acelerando atividades manuais que tornam as entregas mais lentas e demoradas.

Mas, afinal, qual o papel do blockchain no ecossistema de seguros?

Neste post, mostramos como essa tecnologia pode revolucionar o setor. Continue lendo o artigo!

Blockchain: conceito e estrutura 

O blockchain é um tipo de Distributed Ledger Technology (DLT), ou seja, funciona como um livro-razão que registra as informações e compartilha entre vários computadores, conectados entre si pela internet. 

Cada registro é único e o livro com todas as transações possui estrutura descentralizada. De tal modo, os dados são recebidos e enviados simultaneamente a todas as partes, sendo que não existe nenhuma instituição responsável por gerenciar esse conteúdo nem cada máquina. 

Somente os participantes da rede podem assegurar se as informações são verdadeiras, garantindo que elas sejam criptografadas e registradas.

A estrutura do blockchain é orientada por três pilares: descentralização, imutabilidade e transparência.

As oportunidades do blockchain em seguros

De maneira geral, o blockchain pode otimizar o modus operandi do ecossistema de seguros trazendo uma série de benefícios. Veja alguns deles: 

  • Organizar e automatizar os processos das seguradoras e insurtechs;
  • Aumentar a eficiência operacional;
  • Facilitar a detecção de fraude com rapidez e eficácia;
  • Reduzir os custos administrativos gerais;
  • Aumentar o nível de segurança dos processos, blindando a seguradora contra violações de dados.

Contudo, para implementar o blockchain, a indústria de seguros precisa transpor barreiras que surgem ao longo do processo de inovação. Gestão de TI complicada, processos legados extensos e obstáculos legais e regulatórios são apenas algumas das questões que precisam ser superadas pelo setor de seguros. 

Na prática, as possibilidades trazidas pelo blockchain são infinitas, e muitas seguradoras e insurtechs já estão explorando a tecnologia em diferentes iniciativas.

Veja só:

  • Detecção de fraude e prevenção de risco: ao mover os sinistros de seguro para um livro-razão imutável, a tecnologia blockchain pode ajudar a eliminar fontes comuns de fraude no setor de seguros.
  • Seguro de propriedade e acidentes (P&C): um livro-razão compartilhado e apólices de seguro executadas por meio de contratos inteligentes podem trazer uma melhoria na eficiência do seguro de propriedade e acidentes.
  • Seguro saúde: com a tecnologia blockchain, os registros médicos podem ser criptograficamente protegidos e compartilhados entre provedores de saúde, aumentando a interoperabilidade no ecossistema de seguros de saúde.
  • Resseguro: ao garantir contratos de resseguro no blockchain, usando contratos inteligentes, é possível simplificar o fluxo de informações e pagamentos entre seguradoras e resseguradoras.

Como o blockchain é capaz de reduzir os processos manuais

Na prática, o blockchain tem o potencial de substituir a mão de obra extra necessária para alguns processos no ecossistema de seguros. Com um fluxo de trabalho digital automatizado e à prova de erros, a tecnologia tende a dispensar a produção de tarefas e relatórios manuais. Isso porque eles serão substituídos por contratos inteligentes e livros-razão padronizados e distribuídos.

Assim, à medida que algumas das funções administrativas tradicionais são automatizadas, as empresas do ecossistema de seguros podem colocar os profissionais à frente de atividades mais estratégicas e relevantes para o negócio.

Com o uso da tecnologia blockchain as seguradoras serão capazes de registrar dados em livros compartilhados usando formatos padrão, que permitem a geração automática de relatórios, em tempo real, sem interferência humana. 

Além disso, a tecnologia também permite que os corretores de seguros tenham maior visibilidade dos dados, que orientam a tomada de decisões mais assertiva com uma melhor aversão ao risco.

3 seguradoras usam o blockchain para revolucionar seus processos 

Vale  destacar que o uso do blockchain já não é mais uma previsão futurista, mas sim uma realidade em muitas empresas do ecossistema de seguros

Veja, a seguir, dois cases de aplicação da tecnologia:

Etherisc: plataforma oferece aplicativos de seguro descentralizados

A alemã Etherisc, situada em Munique, é uma plataforma especializada no desenvolvimento de aplicativos centralizados em blockchain para diferentes setores da indústria de seguros. 

O principal objetivo da empresa é usar a tecnologia para reduzir as ineficiências das seguradoras e insurtechs, acelerando os processos e diminuindo o tempo de resposta para os clientes.   

Um dos aplicativos desenvolvidos pela Etherisc tem como foco o seguro agrícola. O app permite que os agricultores identifiquem suas terras e safras, bem como apontem quaisquer perdas devido ao clima. 

Beenest: locação e seguro de imóveis baseada em blockchain 

Situada em San Francisco, na Califórnia, a Beenest é uma plataforma de compartilhamento doméstico descentralizada para entusiastas de criptografia. Com uma proposta semelhante ao Airbnb, os usuários podem reservar casas usando o Bee Token da empresa.

Em parceria com a WeTrust, a Beenest está desenvolvendo um seguro baseado em blockchain para os proprietários dos imóveis anunciados na plataforma. 

Por enquanto, o Bee Token pode ser usado para reservar acomodações em São Francisco.

B3i: grupo de seguradoras focadas no uso do blockchain

Em Zurique, na Suíça, a Blockchain Insurance Industry Initiative (B3i), um grupo de seguradoras, visa explorar a tecnologia do blockchain e da Distributed Ledger Technology (DLT) no ecossistema de seguros.

Desde 2016, a empresa trabalha com o blockchain para melhorar a forma como os dados e os pagamentos são gerenciados, reduzir o risco e tornar o seguro mais acessível. Atualmente, a companhia tem vários aplicativos em desenvolvimento.

O primeiro produto do B3i é um protótipo de blockchain para contratos de resseguro de propriedade. Com a participação de 38 seguradoras e corretoras, a empresa conseguiu executar todo o processo de contratos de resseguro em uma rede blockchain segura.

Como vimos até aqui, as possibilidades de uso desta tecnologia são muitas e a transformação digital está apenas começando.

Quer conhecer outras novidades do mercado de seguros? Continue acompanhando o Trends.

Posts relacionados